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Doenças Alérgicas durante a epidemia de COVID 19

O que é a COVID19 ?

 

No final do ano de 2019, tivemos o aparecimento na China de um novo tipo de coronavírus – o SARSCOV2 – causador de uma doença denominada COVID19.

Possui características marcantes como uma alta taxa de transmissibilidade e grande potencial de gravidade e letalidade, principalmente nas pessoas que pertencem ao grupo de risco. Neste grupo, se enquadram pessoas que possuem algumas doenças de base como: Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, respiratórias, entre outras.

Caracteriza-se por uma infecção sistêmica, afetando todo o corpo. Atingindo primordialmente o sistemas respiratório, podendo levar a Síndrome do desconforto respiratório agudo.

A COVID-19 afeta diferentes pessoas de diferentes maneiras. Entre os principais sintomas, podemos citar:  febre, tosse seca, cansaço, perda de paladar ou olfato, dores e dor de garganta.

 

As doenças alérgicas são um fator de risco para COVID 19 ?

 

Conforme fomos acompanhando os casos de COVID19, a comunidade médica mundial foi observando que os pacientes que evoluíam com maior gravidade não eram alérgicos e nem mesmo asmáticos. Porém, se não for realizado o correto controle e acompanhamento das doenças alérgicas, o organismo poderá ficar vulnerável a infecções, principalmente as respiratórias.

 

Uso de medicamentos para alergia pode agravar a COVID 19?

 

Sabemos que as doenças alérgicas são crônicas e que precisam ser controladas com tratamentos contínuos na maior parte do tempo. Medicamentos inalatórios como os sprays orais (chamados erroneamente de “bombinhas”) são a primeira escolha para controle da asma. São seguros e com uma ótima resposta terapêutica. Como não são capazes de alterar a defesa do nosso organismo, não representam qualquer risco para piora da COVID19. Ao contrário, quanto mais controlada a asma estiver, menor será o risco. 

Medicamentos tópicos como sprays nasais, pomadas/cremes e colírios, quando utilizados corretamente, não representam nenhum risco pois seus efeitos são predominantemente locais.

Os anti-alérgicos são muito utilizados no nosso dia a dia e desde que sejam utilizados corretamente, não alteram nenhuma das funções da defesa mesmo quando usados continuamente.

Recentemente, os medicamentos imunobiológicos foram incorporados como opção de tratamento para alguns tipos bem específicos de doenças alérgicas, como o Omalizumabe para asma ou urticária crônica espontânea e o Dupilumabe para a dermatite atópica grave. Esses medicamentos atuam inibindo alvos bem específicos do nosso sistema imunológico. Então, apesar de alterarem algumas respostas imunológicas, não diminuem a defesa de maneira geral. Portanto, são medicamentos seguros para serem mantidos.

Por fim, em alguns casos de alergia temos que utilizar imunossupressores ou corticosteróides por tempo prolongado. Essas medicações podem diminuir a defesa do nosso organismo em graus variáveis e assim aumentar o risco de complicações. De qualquer maneira, o tratamento é individualizado e qualquer decisão deve ser compartilhada entre o médico e o paciente.

 

As vacinas para alergia (Imunoterapias) interferem ?

 

Uma opção eficaz para o tratamento das alergias é a imunoterapia alérgeno-específica. Este tratamento tem como objetivo moldar a resposta aos diferentes alérgenos do ambiente (ex: ácaros), diminuindo a reação do nosso organismo a eles. Mas não diminuem de maneira nenhuma a imunidade. Ou seja, a imunoterapia também pode ser continuada normalmente.

 

Considerações

 

Gostaríamos de reforçar que o sucesso do tratamento depende também de um bom relacionamento entre o médico e seu paciente. Mantenha contato com o seu alergista sempre que tiver alguma dúvida e não tome decisões sozinho.

E, claro, mantenha as medidas de controle – distanciamento social, higienização das mãos e uso de máscara – independente do tratamento que você utiliza.

Juntos, vamos superar !

 

Bibliografia:

 

  • KANNAN, S. et al. COVID-19 (Novel Coronavirus 2019)-recent trends.  Rev. Med. Pharmacol. Sci, v. 24, n. 4, p. 2006-2011, 2020.
  • YANG, Jing et al. Prevalence of comorbidities and its effects in patients infected with SARS-CoV-2: a systematic review and meta-analysis. International Journal of Infectious Diseases, v. 94, p. 91-95, 2020.
  • SHAKER, Marcus S. et al. COVID-19: pandemic contingency planning for the allergy and immunology clinic. The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice, 2020.
Categoria: | De: 27 de junho de 2020
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